Após o almoço, dois ônibus levaram os diversos representantes de movimentos culturais e sociais para o plantio de um Baobá em um terreno situado ao lado do viaduto Lix da Cunha, perto da rodoviária de Campinas. Símbolo milenar da resistência Africana, o Baobá foi plantado com a celebração dos tambores e com uma chuva que selou o rito de passagem. A árvore passou das mãos da Mãe do Mestre TC Silva, Dona Geralda, ao colo da Mãe Terra. “O Maestro Carlos Gomes morou nessa rua e minha mãe trabalhou na casa dele. Estamos aqui para resgatar a memória de Campinas e do povo negro que tanto trabalhou nessas rodovias e na Estação”, ressaltou TC Silva. Uníssono, os presentes dançaram na chuva e consagraram o pé de Baobá: “Estou voltando pra casa com um pé de Baobá, estou voltando pra casa com um Baobá”.
Cássio, funcionário do Sesc de Campinas, também participou da atividade e enfatizou a importância de ressignificar os espaços ociosos e valorizar os territórios. “Estamos simbolicamente nesse espaço no sentido de ocupar e resgatar a cultura de resistência”.
Voltando ao SESC, logo na entrada, o grupo Urucungos, Puítas e Quijengues (Campinas) e o Samba de Roda de Dona Aurora (Vinhedo) recepcionaram as pessoas depois do plantio. “Se você quiser pode ir, eu não vou sair daqui!” foi o samba que entoou o emocionante encontro entre os grupos.
O Batuque de Umbigada de Capivari chegou à noitinha no SESC e se apresentou no saguão principal, representando a cultura caipira que move matutos e sabidos. “O terreiro da cidade ainda chora a escravidão”, proferiu Dona Anicide Toledo em um dos seus sambas.
Retornando à Casa de Cultura Tainã, uma galinhada foi servida para a confraternização entre as diversas ramificações de Matriz Africana.